Livro: "Uma Filosofia Iluminada"

A principal síntese desenvolvida neste livro é entre o reconhecimento de metafísica significativa na filosofia com o reconhecimento do poder do mito na religião.Mesmo que não exista Deus e nenhuma alma humana separada, mesmo que tudo seja, em última análise, físico, mesmo assim um metafísico ainda existe. Ou é pelo menos uma hipótese viável, útil e crível de que é “como se ” existisse um metafísico. Pode ser inteiramente hospedado e dependente do físico, mas isso não nega sua existência, apenas sua independência. Por metafísico não me refiro às discussões impenetráveis dos filósofos aristotleanos sobre categorias, mas metafísicas familiares mais imediatas, como ideias, sentimentos, dinâmicas de grupo, instituições e totalidades. Uma ideia precisa ser registrada em um cérebro físico ou registrada em forma de texto em papel físico ou disco físico do computador, e nesse sentido é física ou fisicamente dependente. Uma ideia é incapaz de existir independentemente do cérebro que o gera ou do meio que a hospeda. Mas curiosamente a ideia pode transferir seu meio hospedeiro com facilidade. Pode ser em uma célula cerebral ou complexo de neurônios em um minuto, formulado pela língua para ser transmitido nas ondas sonoras da fala no próximo, recebido no tambor auditivo e decodificado em um segundo cérebro, escrito em papel, digitado em um disco de computador, enviado pela Internet. Ele pode se replicar um número infinito de vezes em um instante de tempo em milhões de hosts. Essa multiplicação da ideia no local ocorre sem aumento de fisicalidade da ideia, sem aumento de massa, comprovando assim sua realidade metafísica. Pode sofrer mutação pelo encontro com outras ideias. Embora essa mutação só possa ocorrer em um cérebro humano, a ideia modificada pode então editar-se de volta ao seu número infinito de hospedeiros físicos. Pode impulsionar poderosamente a ação física e interação interpessoal. Um argumento semelhante pode ser desenvolvido usando sentimentos e emoções. Eles também só existem em um hospedeiro físico, e podem até ser sentidos fisicamente no coração ou intestino, mas, no entanto, têm significado metafísico.