Livro: "O Bueiro de Onde Saem os Meus Ratos"

Por que temos tanto receio em escancarar nossas vulnerabilidades? Que constrangimento há em revelarmos pra todo mundo nossas fragilidades e medos? Qual a razão de ocultarmos sentimentos, de fugirmos da grande desordem causada pelos nossos tormentos? Tudo que me devasta, derruba e fortalece, jogo pro vento! Revelar-me por inteiro é um anseio pessoal. Da ferida mais dolorosa da minha alma à quietude que me alivia, me restaura. Dos sentimentos mais ingênuos que me confortam, àqueles devastadores, que me apavoram. Os raros momentos de felicidade, os goles de cerveja num dia vazio, a busca pra cura de um coração partido, a agonia e a insatisfação com a rotina, com a vida, e o sexo como fuga, na procura por algo que possa proporcionar um alívio. Ser humano, entregue às mazelas das nossas próprias humanidades. Ser com e sem razão, ser sem medo. É que em algum momento, todos nós abraçamos o ódio, a inveja, o ciúme, a desilusão e outros sentimentos contrários a tudo isso. Não é sobre imutabilidade, perenidade, é sobre oscilações. É sobre o outro lado, o “anti-aroma-suave”. É sobre o odor fétido que também é exalado pela nossa alma, pelo nosso coração. Porque, às vezes, é necessário, é urgente, revirarmos todo esse entulho que existe dentro de nós.