Livro: "Estudo Biográfico: Walter Chatton"

Walter Chatton ou mais raramente “Catton” (c. 1290–1343) foi um teólogo e filósofo inglês que treinou em Oxford na mesma época que seu famoso colega e alvo filosófico frequente, William of Ockham. Mais inclinado à metafísica especulativa e menos cético em relação à razão que Ockham, Chatton foi um dos críticos mais enérgicos e talentosos da influente marca do nominalismo que surgiu no início do século XIV na Inglaterra em torno de Ockham. Como filósofo construtivo, Chatton não era um construtor de sistemas, mas um defensor de certas partes da filosofia mais sistemática de John Duns Scotus e um defensor de relatos perspectivistas de cognição. Historicamente, ele é uma figura interessante porque combinou as tendências realistas do escotismo com a apreciação da lógica e da linguagem que vemos em Ockham; assim, é comum encontrar Chatton defendendo teses escotistas e criticando Ockham usando os mesmos tipos de idéias semânticas que o próprio Ockham popularizou. Seus ataques inflexíveis a Ockham deram-lhe frutos intelectualmente e de outra forma: temos evidências de Ockham mudar de idéia em várias questões seminais como resultado direto das críticas de Chatton. Além disso, ele parece ter construído uma carreira eclesiástica muito bem-sucedida, sem dúvida baseada em parte em sua inteligência; serviu como consultor de dois papas e ganhou por si mesmo, mas não viveu o suficiente para desfrutar de um bispado no país de Gales. Sua estatura como teólogo cresceu bastante o suficiente em sua vida, para que suas opiniões sobre eficácia sacramental fossem lembradas e citadas no Concílio de Trento, duzentos anos após sua morte.